quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Incrível e Maravilhoso Mundo dos Homens de Plástico

O incrível e maravilhoso mundo dos homens de plástico
(Antônio Pompéia)

Escondidos em guetos dentro de uma cidade perdida,
Homens e mulheres,
Habitantes e fugitivos de seus próprios labirintos,
Feitos como fortalezas,
Despedem-se uns dos outros,
Esperando que a noite seja calma,
E que os sonhos tomem vida durante o sono...
Lá fora o vento assovia uma canção tétrica
Assombrando e fazendo lembrar os dias
Em que cada um sonhava em ser um só
Acreditando que poderia haver calor na carne e na alma
Coração além da razão,
Mas a mecânica da força
E a força da máquina subiram no pódio.
Os que queriam ter alma
Eram tidos como fracos
Quem tinha coração era tido como perigo para a cidade de pedras
Porque o mundo era dos homens de plástico
Que não sabiam a melodia da canção do amor
Que não queriam a delícia da alegria de vida
Que não podiam ver que o plástico não tem gosto,
Que não podiam sentir que os olhos que melhor vêem,
Vêem não fora, mas dentro...
Homens de plástico não choram...
Homens de plástico não sonham...
Homens de plástico não amam...
Homens de plástico não sabem cantar...
Mas de que importa?
Se no mundo dos homens de plástico
Tudo é maravilhoso porque se moldam conforme o que querem ter
E não conforme o que desejam ser...
No mundo dos homens de alma
Os sentimentos são vivos e não há vergonha em declarar paixão
A esperança ainda que calada move as montanhas do medo
E faz da noite um motivo de canto e de encanto pelo dia que vem
Fazendo de cada dia um dia especial para celebração da vida...

Antônio Pompéia, Rio de Janeiro, 02 de Outubro de 2008, 3:36 – sonhando, cantando e sentindo o coração aquecido...

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