domingo, 9 de novembro de 2008

Souvenir

Souvenir
(Antônio Pompéia)

Ficou um pouco de você em mim mesmo
Ficou um gosto de você em tudo o que é meu
Ainda sinto a sua mão tocando a minha
Ainda sinto a sua pele na minha boca
E a minha boca com sede da sua.

Ainda tem seu cheiro no meu ombro
Ainda tem seu cabelo nos meus
Tem tudo de você em mim mesmo
E eu hoje me sinto sozinho de mim...
Porque olho e não te vejo senão em imagens
Que o tempo quer apagar
Mas não pode
Ou eu mesmo
Não quero deixar...

Ainda ouço sua voz no meu ouvido
Ainda consigo decifrar o sussurro
Aquele olhar ficou
Pois chegou para ficar
Ficou tudo de você em mim
Porque nada do que se foi se vai
Quando se tem o que temos
Tivemos
Ou pensamos que era
E foi...

Mas ficou...

Ainda ouço seu canto...
Ainda ouço seu riso
E seu pranto que agora é meu
Ainda ficou e me faz lembrar
Que há mais de você em mim
Do que eu em mim mesmo...

Antônio Pompéia, Rio de Janeiro, 08 de Novembro de 2008, 12:03, num sábado de sol escondido e saudades descobertas...

sábado, 8 de novembro de 2008

A Razão de Tudo

A Razão de Tudo

(Antônio Pompéia)

A Razão da Fome é a resposta do Egoísmo do irmão mais Forte.

A Razão da Guerra é a resposta da Ganância do irmão mais Perverso.

A Razão da Separação é a resposta da Unicidade do irmão mais desejoso de Orgulho.

A Razão das Lágrimas é a resposta da Motivação do irmão mais potente em Rir quando não Sente.

A Razão da Morte é a resposta da Vida inexistente em irmão Nenhum.


Quem se fez irmão, se fez servo. Se fez ouvido para ouvir, se fez carne e se fez, além de tudo, abrigo, amigo, imagem do invisível, abraço, apoio, calor, amor e esperança.


A Razão da Vida é a resposta do Cristo que se fez Morte para que houvesse em mim a vida.

A Razão do Riso é a resposta do dia em que no Jardim Ele chorou para tirar de cada um hoje mais do que um sorriso escondido.

A Razão do Abraço é a resposta do dia em que Ele abriu os braços e deixou que pregassem suas mãos e pés.

A Razão da Paz é a resposta da Entrega daquele que amou até o fim.

A Razão da Abundância de Pão de cada dia, é que, ainda que me falte alguma coisa, eu sei que, por Ele, tudo está a minha disposição.

A maior fome do homem é liberdade.

E na Cruz, Ele disse: Está consumado!

Hoje vós sois livres.


Você é a razão da fome de alguém?

Seja de pão ou de liberdade, não seja omisso e nem acuse a multidão.

Você é a razão da guerra em alguém?

Seja o porta-voz da mensagem pacificadora e se for o caso, levante você primeiro a bandeira branca.

Você é a razão da separação?

Estenda os braços, crie coragem e solte a voz... Emitindo a canção da reconciliação.

Você é a razão da lágrima de alguém?

Seja o motivo de alegria no seu pedido de perdão. Não permita que seu coração seja um cemitério onde pessoas jazem em túmulos de amargura.

Você é o motivo da morte de alguém?

Aquele que odeia mata um ao outro.

Abre teu bom tesouro, seu coração, e compartilhe com os que estão sem esperança.


A Razão de tudo é Cristo.


Antônio Pompéia, Rio de Janeiro, 11 de Setembro de 2006. 11:24 h.

Minha descoberta...

Minha Descoberta...
(Antônio Pompéia)

Descobri que nada do que muitas vezes sonhamos para este tempo verdadeiramente é o tempo certo para o coração.

Descobri que poetas deveriam nascer com coração à prova de raios, e que estes raios, instantaneamente, matam tudo o que as nuvens regam com águas... E por isso, os poetas se fazem água... E essas águas, na maioria das vezes, tornam-se ribeiros e mares de lágrimas que afogam e ressuscitam corações vivos... Principalmente os que não são de pedras...

Descobri que nascer com alma poética é nascer com gosto de melancolia e estar posto para viver, às vezes, a beleza sozinho... Sem saber se outros vão ver com os olhos a própria alma que a beleza da existência tem...

Mas descobri que a alma poética indica vida...

Coisa que corações de plásticos e de pedras não têm...

Descobri muito... E resolvi conjugar...


Pretérito-mais-que-perfeito...


Mas estou no gerúndio...


Vivendo...


Antônio Pompéia, Rio de Janeiro, 05 de Outubro de 2008, 23:01, em resposta no que diz respeito ao estado da minha alma...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Meus Versos...

Meus versos...

(Antônio Pompéia)


Você diz que eu escrevo

Mas eu sei que é só lampejo,

Porque sei que o seu beijo

É sempre o meu melhor verso...

Imerso...

Inverso...

Em tu,

Em mim,

Para sempre.

Porque que sei que o seu verso

É o meu melhor beijo;

E os meus melhores

Sempre serão seus...


Antônio Pompéia, Rio de Janeiro, 07 de Novembro de 2008, 1:01 da Matina, enquanto estourava a pipoca para assistir Max Payne...

Acróstico da Alma

Acróstico da Alma

(Antônio Pompéia)


Diante de tantos abismos,
De aparentes infindáveis vales,
De sol que se demora no outro meio do dia em meio à noite da alma,
De horas intermináveis de uma viagem insólita em desertos.
Onde se busca um abrigo, uma fonte, um momento de descanso,
Onde se possa fechar os olhos e molha-los sem medo,
Onde se possa cantar um hino em absoluto silêncio,
Onde se possa ouvir o Eterno Antes, Além e Agora, além dos ditos que emudecem em ritos.
Recitando versos que parecem mortos em busca da melodia da vida,
Regando jardins secos com águas de sal,
Reerguendo-se a cada dia com a força que não tenho,
Reconhecendo aquilo que em mim era desconhecido.
Ando.
Aonde vou?
Ainda não veio.
Ainda sigo porque é.
Retorno à vida.


Antônio Pompéia, Rio de Janeiro, 17 de Outubro de 2006. 14h23min.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A Graça da Graça...

A Graça da Graça
(Antônio Pompéia)

A Graça que me faz bem quando tudo o que há em mim é mal
Ela me conta uma história
Ela me fala com uma verdade que vasculha as entranhas das cavernas
mais profundas da minha alma
Ela dirige meus passos quando estou perdido
Ela me chama pelo nome quando me esqueço de mim mesmo
Ela me pega pelas mãos quando me encolho em meus túmulos
Ela me traz para fora quando tudo para mim é prisão
A Graça que me faz bem quando tudo o que há em mim é mal
Ela me fala da vida
Ela me faz contar as estrelas e me lembra de quantas promessas que eu tenho, das que fiz e das que ouvi
Ela é a Graça
Incomparável Graça que vem de Deus...
Que me faz muito bem quando tudo o que há em mim me faz mal...

Antônio Pompéia, Rio de Janeiro,
18/05/2006 11.25hs

Elementos

Elementos
(Antônio Pompéia)

Ventos que sopram
De dentro da alma
São sementes na terra
Que espera pela manifestação da vida.

Águas que jorram das fontes
São combustíveis para os sonhos
Que geram frutos e que alimentam
A esperança, a fé e o amor que sustenta tudo.

Fogo que queima dentro do peito
Ascende a chama apagada pelo frio da noite escura
Que assusta e encolhe o ser
Que deseja estar próximo da luz do dia perfeito.

Terra sagrada é o campo do coração
Onde e quando se abriga com fé a semente
Florescem renovos de ânimo e coragem
Que faz levantar e andar o cativo que se liberta.

Inexplicável é o Amor que se expressa nas marcas
Das mãos e dos pés do Cristo na Cruz
Que ferido e humilhado, profere perdão e
Com graça e com força o elemento maior.

Antônio Pompéia(metade em maio / e a outra metade em Junho de 2006) no Rio de Janeiro.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Meu Instante Seu...

O Meu Instante Seu

(Antônio Pompéia)


Você me ganhou em um instante,

Como quem se rende no último suspiro,

Conhecendo a eternidade,

Num olhar paralisante,

Onde não há forças para lutar contra

E onde há paz por ser vencido.

O meu instante seu,


Suficiente para ser para sempre...


Antônio Pompéia, 15 de Maio de 2008 – 1:38 - num tempo calmo e tranqüilo.