sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Acróstico da Alma

Acróstico da Alma

(Antônio Pompéia)


Diante de tantos abismos,
De aparentes infindáveis vales,
De sol que se demora no outro meio do dia em meio à noite da alma,
De horas intermináveis de uma viagem insólita em desertos.
Onde se busca um abrigo, uma fonte, um momento de descanso,
Onde se possa fechar os olhos e molha-los sem medo,
Onde se possa cantar um hino em absoluto silêncio,
Onde se possa ouvir o Eterno Antes, Além e Agora, além dos ditos que emudecem em ritos.
Recitando versos que parecem mortos em busca da melodia da vida,
Regando jardins secos com águas de sal,
Reerguendo-se a cada dia com a força que não tenho,
Reconhecendo aquilo que em mim era desconhecido.
Ando.
Aonde vou?
Ainda não veio.
Ainda sigo porque é.
Retorno à vida.


Antônio Pompéia, Rio de Janeiro, 17 de Outubro de 2006. 14h23min.

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